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Equanto espero...
Percebo que não trouxe quase nada de útil das minhas últimas viagens...
Que perdi muita bagagem no caminho
Que perdi muita bagagem no caminho
Pés sujos.
Costas cansadas
Na mala porém muito coisa velha admito.
Uma música que não chega aos ouvidos,
Um doce, que não chega à boca
Um suor que não chega à pele,
Um luar que não chega aos olhos
Um silencio que não chega ao coração.
E ainda uma poeira vermelha como a Brasilia dos meus pais,
sobre meus horizontes também bêbados de infância
Resta, um incêndio resumido sob os cílios, e uma bússola de dar corda.
Sim, perdi o caminho de casa e nada sei do meu mapa de viagem
que o heremita me deu no workshop de 1997.
Ao meu redor tudo me parece cansado também,
como rotas roucas de cantigas de ninar...
Como cordas de uma guitarra que teimavam em perder a afinação
Ah! Meu reino de caixas de fósforos por um bom banho!
Banho de língua portuguesa e liberdade sem culpa.
De uma linguagem que fareje algo mais do que só essa chuva de rancor vendida no olhar
Meu reino por um banho de cheiro com gosto de terra molhada.
Meu reino por um perfume que indique meu lugar...
Luciana Martuchelli
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