Eu quero ter sida completamente consumido quando morrer. Para mim a vida não é uma vela efêmera, é uma tocha esplendorosa que tenho nas mãos por algum tempo e quero fazê-la queimar com o maior brilho possivel, antes de passá-la as futuras gerações. (Bernard Shaw)

As dores e delícias de fazer teatro

Em busca de um patrocinador from Luciana Martuchelli on Vimeo.

Documentário concebido e dirigido da atriz do meu grupo Juliana Zancanaro sobre produção cultural, com depoimentos de artistas que se desdobram para fazer arte no Brasil. Personagens: Cláudio Marconcine, Guilherme Reis, Isabela Paes, Luana Piovani e Luciana Martuchelli Trilha: (parte da trilha original para a peça Pela Metade): Léo Bleggi Fotografia: Lello Kosby Som direto: JP Mac e Edilson Barros Montagem: Saulo Morete Uma produção EBC/NBR Imagens das obras cedidas pelos entrevistados 21min

TRANSIT VI Backstage of my documentary about Women - Teatret and Periphery Part I

Transit VI - Odin Teatret - Danmark 2009 (part 01) from ADRIANA DE ANDRADE on Vimeo.

Videoclip of Transit VI - Magdalena Project in Odin Teatret on august 2009 in Danmark - By Luciana Martuchelli and Adriana de Andrade

TRANSIT VI Backstage of my documentary about Women Teatret and Periphery Part 2

Transit VI - Odin Teatret - Danmark 2009 - (part 02) from ADRIANA DE ANDRADE on Vimeo.

Videoclip of Transit VI - Magdalena Project in Odin Teatret on august 2009 in Danmark - By Luciana Martuchelli and Adriana de Andrade

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Da Inveja

Ao individuo que não sabe como aprender com a sua inveja,
Que ela não o impulsiona a agir e super os modelos, como fizemos na infância como quando invejávamos nossos pais e isso nos levou a ficarmos de pé...
Quando ela pelo contrário paralisa, e o individuo se sente ao invés de instigado e em contraste, mas diminuído e massacrado pelo sucesso alheio, resta-lhe como única defesa contra a se mover e evoluir, a calúnia.

Luciana Martuchelli

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O Castelo insone...


O castelo onde ele dorme tem uma floresta de espinhos , um dragão de duas cabeças e feitiços inimagináveis...
Todos caem de sono quando entram nela...

A torre onde ele fica tem prazeres que nem Sidarta sonhou...
Para mantê-lo dormindo, o feitiço permite que ele acorde todas as noites, mas dentro de um novo sonho...

Eu resisto à floresta do sono, mas sou atacada por todos que se alimentam da torre!
Então para acordá-lo tenho que dormir também...

Como um Avatar entro no sonho dele, e tento mostrar que nada ali é real, ali nem eu posso ser real!
É um mundo fantástico o que vejo e que o entretém o tempo todo...

Nele, ele é imperfeito e generosamente amado por isso! Deve muito a todos que o aceitaram...
Nele, ele é sábio, inofensivo, útil, inteligente, nobre e sempre a alegria da festa quando a solidão aperta!

Lá, nas horas vagas, ele é a primeira opção de todos; lá, ele não pertence a ninguém e por isso jamais será abandonado...
Lá, todos são príncipes e princesas...

Toda vez que entrei, antes escolhia como rosto algo ligado à natureza onde ele se reconheceria...
E assistia todas as vezes ele tentando acordar e dormindo num novo sonho, pensando ter conseguido...

E cada encontro com ele tenho um rosto novo...
Um dia ele me confundiu com uma princesa do lugar e dançou comigo e despertou de verdade por uns minutos...
Viu o mundo fora da torre...
Viu quem ele realmente era...
E voltou a dormir, mas jamais esqueceria aquela visão!

Desde então, às vezes ele não me reconhece, e outras vezes ele pressente que há algo de errado,
e quando esta prestes a descobrir que tudo é um sonho, acorda dentro de um novo sonho

Às vezes ele me vê, às vezes ele me toca e às vezes ele acorda de verdade, mas nunca estou ao lado dele, ele sempre está na torre, só .
Há muita música, amigos, amores antigos, infância e cores no quarto holográfico!

Um dia ele ouviu a minha voz, o som da minha voz ativou a alma do guerreiro que ele foi um dia, e então despertou e também se levantou e foi até a janela cambaleando porque nunca usou as pernas antes para andar na vida real

Olhou pra fora e tentou me ver com os olhos que nunca haviam visto na vida real, eu sozinha por ele no meio da floresta mágica
Foi um grande esforço ficar de pé e ver ao redor para ele...

Então me viu frágil e arranhada pelos espinhos e não me reconheceu , nos seus sonhos sempre apareci perfeita e forte, pensou, “não pode ser essa menina que me despertou” então viu o dragão de duas cabeças e pensa que era eu, e de súbito me entendeu como um perigo, que tirava ele do sono de paz e conforto!

Então pegou seu arco e atirou flechas contra o dragão, mas como não tinha os olhos treinados, e a pele do dragão era dura demais
algumas me atingiram no coração...

Nesse momento o peito dele sangrou, porque não sabíamos ainda, mas estávamos conectados, e ele caiu!
E ele sentiu tudo que eu sentia e soube por momentos tudo que eu sabia!

Por um segundo na dor real ele lembrou de como e porque caiu nesse sono...

Lembrou de todos medos, poderes, sonhos, planos e de todas as vidas que teve antes dessa e do nosso recorrente encontro nelas!

Mas sua ferida sangrava muito, e como um bom conto de fadas, só algo mágico bom ou mal, pode ajudar, com um beijo pode acordar!

Para ele a dor real era insuportável, só sabia lidar com ela em sonho!
Afinal ele dormia justo para não sentir nada que doesse assim...

Mas nada podia ser feito, ele estava ferido na torre dos prazeres e eu ferida na floresta de espinhos...

Eu arranquei a flecha com as mãos e nesse momento ele me viu de verdade e a torre começou a ruir

Mas alguém se aproximou dele e beijou-o de boa noite cinderela, e aos poucos seu olhos foram se fechando e ele caindo de novo em sono profundo...
Eu chorava e tentava me levantar e ir até ele, enquanto era resgatada da floresta pelo príncipe de outra história....
Luciana Martuchelli